BITCOIN: POR QUE A QUANTIDADE LIMITADA NÃO É UM PROBLEMA
No mundo das criptomoedas, o Bitcoin é uma figura central e fascinante. Sua ascensão meteórica, desde seu lançamento em 2009 por uma entidade misteriosa conhecida como Satoshi Nakamoto, até se tornar um ativo de valor inestimável, tem intrigado economistas, investidores e entusiastas de tecnologia em todo o mundo. Uma característica fundamental do Bitcoin que muitas vezes é discutida e debatida é sua quantidade limitada — apenas 21 milhões de bitcoins serão minerados, e já se minerou mais de 18,5 milhões até o momento desta escrita.
O Mito da Abundância e a Ilusão do Valor Infinito
O vídeo a seguir do educativo do Tio Patinhas, o emblemático personagem da Disney, serve como uma metáfora esclarecedora para entendermos a relação entre a quantidade de uma moeda e seu valor. Este nos mostra sobre o verdadeiro valor do dinheiro diante da sua quantidade.
Entenda que quanto maior for a quantidade, menor será seu valor.
No mundo real, as moedas fiduciárias, como o dólar americano ou o real, são controladas pelos bancos centrais, que podem imprimir mais dinheiro conforme necessário. Isso levá à inflação, diminuindo o poder de compra do dinheiro e, consequentemente, seu valor.
No entanto, o Bitcoin desafia esse paradigma. Sua oferta é rigorosamente controlada por meio de um protocolo matemático imutável. Isso significa não haver autoridade central que possa decidir imprimir mais bitcoins para atender às demandas do mercado. Em vez disso, a quantidade total de bitcoins é fixada e programada para nunca exceder 21 milhões.
Uma lição romana como exemplo
Um dos principais motivos da queda de Roma foi a constante desvalorização de sua moeda, o denário de prata, devido à redução do teor de prata nelas contidas. Esse processo resultou em inflação e na perda de confiança na moeda, impactando severamente a economia e o comércio.
Para ilustrar, considere o seguinte exemplo simplificado:
Suponha que o governo te dá um auxílio de 1 Denário.
Inicialmente, 1 moeda de denário equivalia a 4 gramas de prata, o que permitia comprar um saco de arroz de 1 kg com um comerciante. O comerciante confiava na moeda, pois sabia que tinha 4 gramas de prata.
Agora, suponha que o governo decida ajudar mais pessoas e emite mais moedas arbitrariamente:
Cada moeda de denário passa a conter apenas 1 grama de prata, e você continua recebendo uma moeda.
Nesse cenário, o comerciante enfrentaria duas opções: aceitar as moedas de menor valor de prata como forma de pagamento pelo saco de arroz ou exigir o equivalente em quantidade de moedas em prata.
Claramente, ele pediria o equivalente, ou seja, 4 moedas de denário. Essa diferença e desconfiança em relação à moeda são os sinais evidentes de inflação.
Ou seja, o que antes se conseguia comprar com uma moeda, agora precisa de quatro. Além disso, essa desvalorização da moeda não apenas afeta a capacidade de compra dos indivíduos, mas também desencoraja o investimento e reduz a estabilidade econômica geral.
A Escassez como Fonte de Valor
Contrariamente ao que muitos críticos afirmam, a quantidade limitada de bitcoins não é um problema, mas sim uma característica fundamental que confere valor ao bitcoin. A escassez intrínseca do Bitcoin o coloca em um campo diferente de qualquer outra moeda já criada. É essa escassez que, em muitos aspectos, o torna mais parecido com commodities como o ouro do que com moedas fiduciárias.
O ouro, ao longo da história, tem sido valorizado por sua escassez e sua utilidade como reserva de valor. Da mesma forma, o Bitcoin, com sua oferta finita e sua descentralização, é visto por muitos como uma forma de ouro digital - um ativo que pode preservar e até mesmo aumentar seu valor ao longo do tempo.
Bitcoin e o Potencial de uma Economia Digital
Além disso, a quantidade de bitcoins disponíveis é mais do que suficiente para sustentar uma economia vibrante. O Bitcoin é altamente divisível, com cada unidade sendo divisível por até oito casas decimais. Isso significa que, mesmo que o preço de um único bitcoin continue a subir, as transações podem ser conduzidas em frações de bitcoins, permitindo que o sistema seja escalável para atender às necessidades de uma economia global.
Além disso, a infraestrutura financeira em torno do Bitcoin está em constante evolução. Inovações como a Lightning Network e a Liquid estão tornando as transações mais rápidas e baratas, abrindo caminho para um sistema financeiro verdadeiramente global e inclusivo.
Conclusão
Em resumo, a quantidade limitada de bitcoins não é um obstáculo, mas sim uma característica que confere valor e confiabilidade à criptomoeda. A escassez do Bitcoin é uma fonte de força, não de fraqueza, e seu potencial para se tornar uma reserva de valor global está se tornando cada vez mais evidente.
Assim como o Tio Patinhas nos ensina, a verdadeira riqueza não está na quantidade infinita de dinheiro, mas sim na escassez que confere valor real. O Bitcoin, com sua oferta finita e sua tecnologia robusta, está pavimentando o caminho para uma nova era de economia digital, onde a escassez e a confiança são as moedas de troca mais valiosas.
Referências
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